Viajar a trabalho faz parte da rotina de muitos profissionais, mas ainda há muitas dúvidas sobre o que é o adicional de viagem, quando ele deve ser pago e como calcular o valor. Essa compensação está prevista pela CLT e tem o objetivo de equilibrar o tempo e os custos extras gerados por deslocamentos a serviço da empresa.
Entender as regras evita erros e conflitos entre empregadores e colaboradores. Neste artigo, você vai descobrir como o adicional funciona, o que diz a legislação e como as empresas podem se organizar melhor em relação a isso.
O que é o adicional de viagem?
O adicional de viagem é uma remuneração extra paga ao colaborador que precisa se deslocar para fora do seu local habitual de trabalho, a serviço da empresa.
Essa compensação busca cobrir o tempo de deslocamento e os custos adicionais que surgem durante a viagem, como alimentação, hospedagem e transporte, quando não são pagos diretamente pela empresa.
É comum que essa situação ocorra em empresas que exigem visitas a clientes, feiras, eventos ou filiais em outras cidades.
O que diz a CLT sobre o adicional de viagem a trabalho?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não apresenta um artigo específico sobre o adicional de viagem, mas há interpretações e acordos coletivos que garantem esse direito.
De modo geral, o adicional de viagem a trabalho CLT se aplica quando o funcionário é deslocado de sua base por um período determinado e precisa cumprir jornadas fora do local habitual.
A legislação entende que o deslocamento pode causar desconforto e alterar a rotina do trabalhador. Por isso, sindicatos e convenções coletivas costumam prever o pagamento de um adicional de 25% sobre o salário base, embora esse valor possa variar conforme o setor e o acordo coletivo.
Quando o adicional deve ser pago?
O adicional de viagem deve ser pago sempre que o funcionário for deslocado para uma atividade fora do município onde exerce suas funções.
Se o deslocamento ocorre dentro da mesma cidade ou região metropolitana, normalmente não há obrigação de pagamento, exceto se houver previsão em contrato ou convenção coletiva.
O pagamento pode ocorrer de duas formas:
- Valor fixo acordado em contrato ou convenção;
- Percentual sobre o salário base, mais comum em atividades com deslocamentos frequentes.
Empresas devem sempre observar as regras da categoria antes de definir o modelo.
Qual a diferença entre adicional de viagem e adicional de deslocamento?
Embora muitas pessoas usem os dois termos como sinônimos, há diferenças importantes.
O adicional de deslocamento é voltado para trajetos curtos e recorrentes, como o tempo gasto entre a casa do colaborador e locais externos de trabalho, quando isso foge da rotina normal.
Já o adicional de viagem envolve viagens mais longas, que exigem pernoite ou estadia fora da cidade. Esse tipo de deslocamento demanda maior tempo e custo, por isso a compensação costuma ser maior.
O cálculo do adicional de viagem 25%
Em muitos acordos, o adicional de viagem 25% é aplicado sobre o salário base do colaborador durante o período de deslocamento.
Por exemplo:
Se um profissional recebe R$ 4.000, e realiza uma viagem de 10 dias, o cálculo seria:
- R$ 4.000 ÷ 30 dias = R$ 133,33 por dia.
- R$ 133,33 x 10 dias = R$ 1.333,30.
- Adicional de 25% = R$ 333,32.
O total a receber pelo período seria R$ 1.666,62 referentes aos dias trabalhados fora, somando o adicional.
Vale lembrar que esse valor pode mudar conforme o acordo coletivo, a função e o tempo da viagem.
Reembolso de despesas x adicional de viagem
O reembolso de despesas não deve ser confundido com o adicional de viagem. O reembolso cobre custos comprovados, como passagens, alimentação e hospedagem, mediante apresentação de notas fiscais.
Já o adicional é uma compensação pelo tempo e esforço extras envolvidos no deslocamento, independente de gastos diretos.
Por isso, em muitas situações, o colaborador tem direito aos dois: reembolso das despesas e adicional de viagem.
Como o adicional de viagem aparece no contracheque?
O adicional de viagem deve ser lançado de forma separada no contracheque, identificado como “adicional de viagem” ou “adicional de deslocamento”, conforme a situação.
Essa transparência evita dúvidas e garante que o colaborador compreenda o motivo do pagamento.
O valor integra a remuneração para efeitos de férias, 13º salário e encargos trabalhistas, quando previsto em convenção coletiva.
Como as empresas devem se organizar?
Empresas que exigem deslocamentos frequentes precisam padronizar políticas de viagem.
Isso inclui regras claras sobre:
Critérios para concessão do adicional
O primeiro passo é definir quem tem direito ao adicional de viagem. Nem todos os deslocamentos se enquadram na regra, apenas aqueles realizados fora do município de origem, a serviço da empresa, e que impliquem tempo adicional de trabalho ou mudança de rotina.
Esses critérios devem estar formalizados na política interna de viagens corporativas, garantindo que gestores e colaboradores compreendam quando o benefício é devido.
Cálculo e prazos de pagamento
O cálculo deve seguir a proporção do período de deslocamento, considerando o salário base e o percentual previsto em acordo ou convenção coletiva.
Empresas mais organizadas definem prazos fixos para pagamento, geralmente junto com a folha do mês da viagem, evitando atrasos e inconsistências.
Manter esse padrão reforça a credibilidade da gestão e o bem-estar da equipe.
Reembolso de despesas
Mesmo com o adicional, é importante estabelecer regras claras sobre reembolso de despesas.
A empresa deve informar quais gastos serão cobertos (como transporte, alimentação e hospedagem) e quais comprovantes são obrigatórios.
Ter um sistema de reembolso digital ou aplicativo corporativo simplifica o processo e reduz o risco de erros contábeis.
Procedimentos para prestação de contas
Por fim, cada viagem deve encerrar com uma prestação de contas formal, incluindo notas fiscais, relatórios e comprovantes de deslocamento.
Esse controle garante transparência e permite que a empresa avalie custos reais, ajustando futuras políticas de viagem.
Além de evitar divergências, esse processo fortalece a governança corporativa e a confiança interna.
Uma política bem definida garante transparência, previsibilidade e redução de conflitos.
Como comprovar o direito ao adicional de viagem?
O colaborador pode comprovar o direito ao adicional de viagem por meio de documentos de deslocamento, como ordens de serviço, passagens, reservas de hotel e relatórios de viagem.
Esses registros demonstram que o deslocamento foi feito a serviço da empresa e justificam o pagamento do benefício.
Em caso de dúvidas ou descumprimento, o ideal é consultar o sindicato da categoria ou o setor de RH para buscar o ajuste correto.
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Com essa estrutura, gestores têm mais controle sobre custos e colaboradores viajam com conforto e tranquilidade, o que reduz erros no pagamento de adicionais e melhora a experiência de toda a equipe.
Por que entender o adicional de viagem faz diferença para sua empresa
O adicional de viagem representa mais do que uma obrigação legal: é uma forma de valorizar o tempo e o esforço do colaborador, além de evitar conflitos trabalhistas e inconsistências financeiras.
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